Explorando Pedagogicamente as Regras do Futsal – Um Estudo sobre a Quadra de Jogo

Quais são as regras do Futsal? Essa é a pergunta mais freqüente de muitos professores iniciantes na modalidade e às vezes, até mesmo, de professores experientes.
No entanto, buscar a simples explicação do que são as regras podem nos montar algumas armadilhas pedagógicas, pois podemos ficar presos às suas limitações impostas, e assim cairmos numa metodologia de ensino baseada nas regras e não no jogo, o que nos remete para o ensino única e exclusivamente do jogo de regras formais, mesmo num processo de iniciação.
Ora, mas não se faz necessário basearmos nas regras do jogo para podermos ensiná-lo? Claro que sim, porém, isso não pode limitar nossa ação pedagógica.
Então, trago um novo questionamento, que espero que venha a ser, a partir de agora, o questionamento a ser feito pelos professores de Futsal: como explorar as regras da modalidade dentro de minhas aulas?
Inicio, com este artigo que pretendo ser uma série de textos para discutir as regras e suas possibilidades para uma perspectiva pedagógica, iniciando a discussão sobre a quadra de futsal.

Onde encontro as Regras do Futsal?
Como base para a apresentação das regras, utilizarei o site da CBFs, no link a seguir – neste link será possível ver na íntegra todas as regras do Futsal –http://www.futsaldobrasil.com.br/2009/cbfs/LivroNacionalRegras2011/index.html
A Quadra de Jogo (Fonte: CBFS)
Regra 1. A Quadra de Jogo
1.1 A quadra de jogo (ver fig. 1) A quadra de jogo será um retângulo tendo um comprimento mínimo de 25 metros e máximo de 42 metros e a largura mínima de 16 metros e máxima de 25 metros e consiste de duas áreas de gol e uma área de jogo. Os lados maiores são chamados de linhas laterais e os lados menores são chamados de linhas de gol (entre os postes da baliza) ou linhas de fundo (em ambos os lados da baliza).

2.1  Marcação da quadra
Todas as linhas demarcatórias da quadra deverão ser bem visíveis, com 8 (oito) centímetros de largura e pertencem as zonas que demarcam.
a) As linhas limítrofes de maior comprimento denominam-se linhas laterais e as de menor comprimento linhas de meta;
b) Na metade da quadra será traçada uma linha divisória, de uma extremidade a outra das linhas laterais, eqüidistantes às linhas de meta;
c) As linhas demarcatórias da quadra, na lateral e no fundo, deverão estar afastadas no mínimo 1(um) metro de qualquer obstáculo (redes de proteção, telas, placas de propagandas, grades ou paredes);
d) O centro da quadra será demarcado por um pequeno círculo com 10 (dez) centímetros de raio, situado no meio da linha divisória;
e) Ao redor do pequeno círculo será fixado o círculo central da quadra com um raio de 3 (três) metros.
2.2 Área Penal 
A área penal, situada em ambas as extremidades da superfície de jogo, será demarcada da seguinte forma:
A 6 (seis) metros de distância de cada poste de meta, parte externa, haverá um semicírculo perpendicular à linha de meta que se estenderá ao interior da quadra com um raio de 6 (seis) metros. A parte superior deste semicírculo será uma linha reta de 3,16 metros, paralela a linha de meta, entre os postes. A superfície dentro deste semicírculo denomina-se área penal. A linha curva que marca o limite exterior da área penal denomina-se como linha da área penal e faz parte da área.
2.3 Penalidade Máxima 
A distância de 6 (seis) metros do ponto central da meta, medida por uma linha imaginária em ângulo reto com a linha de meta e assinalada por um pequeno círculo de 10 (dez) centímetros de raio, será marcado o respectivo local para a cobrança da penalidade máxima.
À distância de 5 (cinco) metros da marca do tiro livre para a direita e para a esquerda, serão feitas marcas, para sinalizar a distância mínima que os jogadores podem ficar na cobrança dos tiros livres dos 10 (dez) metros. A largura dessas marcas é de 8 (oito) centímetros.
2.4 Tiro Livre sem Barreira
A distância de 10 (dez) metros do ponto central da meta, medida por uma linha imaginária em ângulo reto com a linha de meta, serão marcados retângulos de 10 (dez) por 8 (oito) centímetros, de onde serão cobrados os tiros livres sem barreira.
2.5 Tiro de Meta
Nos quatro cantos da quadra, no encontro das linhas laterais com as linhas de meta serão demarcados 1/4 (um quarto) de círculo com 25 centímetros de raio, de onde serão cobrados os tiros de canto. O raio de 25 centímetros partirá do vértice externo do ângulo formado pelas linhas lateral e de meta até o extremo externo da nova linha.
2.6 Zona de Substituição e Área Técnica 
1. É o espaço determinado na linha lateral , do lado onde se encontra a mesa de anotações e cronometragem, iniciando-se a uma distância de 5 (cinco) metros para cada lado, partindo da linha divisória do meio da quadra, onde inicia a zona de substituição. Para cada zona haverá um espaço de 5 (cinco) metros, localizado em frente ao banco de reservas das equipes, identificados com linhas de 80 (oitenta) centímetros por 8 (oito) centímetros de largura, ficando 40 (quarenta) centímetros no interior da quadra e 40 (quarenta) centímetros para fora da quadra. Este espaço de 5 (cinco) metros situado entre estas linhas de 80 (oitenta) centímetros os jogadores deverão entrar e sair da quadra por ocasião das substituições. O espaço a frente da mesa do anotador e cronometrista com 5 (cinco) metros de cada lado da linha divisória do meio da quadra deverão permanecer livres.

2.7 Metas
As metas serão colocadas no centro de cada linha de meta. Serão formadas por dois postes verticais separados em 3 (três) metros entre eles (medida interior) e ligados por um travessão horizontal cuja medida livre interior estará a 2 (dois) metros do solo.
a) A largura e espessura dos postes e do travessão serão de 8 (oito) centímetros e quando roliços terão o diâmetro de 8 (oito) centímetros;
b) Os postes e travessão, poderão ser confeccionados em madeira, plástico, ferro ou material similar e pintados em cores contrastantes com a quadra de jogo;
c) Serão colocadas redes por trás das metas e obrigatoriamente presas aos postes, travessão e aos suportes de sustentação junto ao solo. Deverão estar convenientemente sustentadas e colocadas de modo a não perturbar ou dificultar a ação do goleiro. As redes serão de corda ou náilon, em material resistente e malhas de pequena abertura para não permitir a passagem da bola;
d) A profundidade da meta ficará na parte externa da superfície de jogo, sendo no mínimo 80 centímetros na parte superior e de 100 centímetros ao nível do solo

2. Possibilidades de Exploração Pedagógica do Espaço de Jogo:
O jogo coletivo tem como característica básica a existência de um campo de jogo, onde se disputa o jogo.
A regra do Futsal descreve uma necessidade bastante difícil de ser encontrada no nosso dia a dia: uma quadra de 40m x 20m.
Dessa forma, as adaptações de espaço passam a ser fundamentais para que consigamos êxito pedagógico, ficando claro que, mesmo sendo uma necessidade formal para que o jogo oficial ocorra, nós, como pedagogos da modalidade temos que saber explorar necessidade de espaços diferenciados.
Em jogos com espaços variados, por exemplo, dentro de uma perspectiva de aula/treino integrado – trabalhando todas as capacidades físicas, técnico, táticas, mentais, inter-relacionais, emocionais etc.. – temos a possibilidade de variar o grau de estimulo da cognição do aluno na busca de respostas às dificuldades que o espaço variado o proporciona, variando a intensidade de carga física, além de podermos utilizar diferentes formas de jogo para explorar diferentes conceitos técnico-táticos (marcação individual ou em zona, passes habilidosos, finalizações ao alvo em diferenoltes situações e etc..).
Também se torna um momento propício para avaliação das relações interpessoais em quadra (ver se algum aluno é isolado pelo grupo, às vezes por um déficit de habilidade gerada por muitos fatores – maturidade biológica cognitiva relativa os desenvolvimento biológico um pouco atrasado em relação à idade, gerando falta de confiança entre os coleguinhas; o fato de o grupo ser formado por uma “panelinha” da qual aquele aluno não faz parte; etc..).
Jogos de passes, como passa 10 em espaços pequenos dificultam as equipes em posse de bola, desafiando principalmente os princípios de manutenção da posse de bola; já em quadras mais espaçadas, passa a desafiar as equipes que estão sem a posse da bola, para lutar coletivamente pela obtenção da posse de bola.
Essa dinâmica de criação de espaço continua valendo em caso de jogos com alvos.

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