Para muitos, executar corretamente tem a ver com a biomecânica do gesto.
A visão centrada na técnica faz do jogo de futsal um somatório de gestos executados de maneira sistemática. O jogo passa a ser analisado sobre a ótica do melhor jogador tecnicamente se falando – aquele que chuta melhor, que passa melhor, que dribla melhor, que finta melhor.
Logo, sob essa lógica, jogar Futsal é: passar, driblar, chutar, fintar, e etc..
Existe nessa visão um engodo, algo que passa despercebido pelos observadores do jogo: sim, o futsal é um jogo em que se passa, se dribla, se finaliza, se finta, e etc.., mas alguém sabe por que o jogador resolveu passar a bola, e não driblá-la?
Por que se Chuta? Por que se finta? Por que se passa?
O porquê acaba sendo esquecido. Essa é a conotação que o ensino tradicional, fundamentado no ensino da técnica se embasa. Para ensinar Futsal, ensina-se os “modos de fazer”, e não as “razões do fazer” (Garganta, 1995)
Quando falo, nesse site, sobre a utilização do jogo como elemento pedagógico incluo nas atividades os “porquês” de se fazer algo.
Num jogo, um aluno passa porque ele escolheu passar, chuta, porque em uma análise de possibilidades, vê no ato de chutar a melhor solução para o problema do jogo. Será que o aluno sempre acerta? Claro que não! E é por isso que nós, enquanto pedagogos (do esporte, dos jogos, das atividades físicas e etc..) estamos presentes no ambiente de aula.
Jogando, o aluno é obrigado a solucionar problemas. O jogo exige técnica, mas a técnica inerente ao jogo, e não a técnica inerente ao treino de passes 2 a 2, de finalizações nos bambolês e de dribles em cones.
A técnica só pode ser potencializada dentro do elemento que a fez surgir.
Um gesto técnico surge graças a uma demanda. Essa demanda, no caso do Futsal, é o próprio jogo de Futsal.
Mas existem outros tantos jogos similares ao Futsal, por exemplo, com relação ao passe: bobinho, pega-pega com bolas, jogos de passes, como o passa 10, entre outros.
Nesses jogos, supracitados, passar é uma necessidade, e não uma obrigação.
Isso serve para muitos outros fundamentos técnicos. Basta criar jogos, além claro do ato de jogar o próprio Futsal e jogos provenientes de adaptações da modalidade, para que esses fundamentos técnicos sejam aprendidos em função do jogo (necessidade), e não em função da execução (obrigação em fazer).
Gostaria que refletíssemos sobre isso: será que ensinar o gesto técnico dissociado do jogo (seja de futsal, seja de jogos de bolas nos pés , seja de jogos coletivos de maneira geral) nos possibilita transferir as aprendizagens para o jogo?
Será que ensinar jogando e ensinar pela técnica combina? Não há problemas nisso? Não parecem idéias antagônicas?
Fica a questão.
Penso que o gesto técnico deve ser apenas uma referência. Além desse vídeo, eu lembro de um vídeo de um cara na NBA que nunca jogou basquete, "enumerando" os erros de lance livre do Shaquille O´neil. Saber para que, quando e como executar determinada ação com maior chance de êxito é muito mais importante.
ResponderExcluirComo diz o alexandre no comentário postado por ele, o gesto tecnico é apenas uma referência. Nos cursos que frequentei aqui no estado, usamos muito aprender a jogar, jogando. Vai depender de quem ensina, de quem será ensinado. No meu ponto de vista prefiro ensinar jogando.
ResponderExcluirEduardo Oliveira
eduardojosebr@gmail.com
Concordo com o eduardo Oliveira e com o alexandre acho que deve ser apenas uma reverencia, pois solucionando o problemas que o jogo traz e aprendendo a raciocinar o gesto passa a ser referencia!
ResponderExcluirisso nada mais e do que eneagrama neurologico
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