Quando tratamos do tema “ensino do esporte”, muitas vezes tendemos a cair numa realidade que vem sendo questionada pela evolução dos estudos da Pedagogia do Esporte que é acreditar que talento é algo inato, próprio de cada um, determinado pelas suas características genéticas/hereditárias.
Nós como professores, muitas vezes deixamos de lado nosso potencial de ensinar uma pessoa, tendo única e exclusiva atenção a idéia de buscar talentos e de acordo com nosso interesse iniciar um certo controle de sua vida, indicando para grupos de treinamento avançado, equipes e outras possibilidades.
Isso está associado a uma idéia conhecida com a “metáfora do balde”. Nela, acredita-se que ao nascer, cada um tem consigo um balde vazio, sendo a vida o momento em que esse balde deverá ser preenchido. Aquele que nasce com um balde maior será aquele que irá despontar como um talento, devendo apenas ser encontrado e encaminhando para a finalidade que seu grande balde o conduz.
Ora, nossa função de professores está aonde dentro dessa teoria? Se o tamanho do balde determina o potencial individual, ensinar pra que? Com outro ponto de vista, o aluno que é socialmente concebido como talentoso, graças à genética, terá que estímulo para aprender?
Complementando a idéia dessa metáfora, temos um fator importantíssimo na formação pessoal e também esportiva das pessoas: a necessidade de encher esse balde, afinal, um balde grande realmente nos dará mais condições de preenchê-lo, seja com coisas boas, seja com coisas ruins e isso definitivamente será um fator imprescindível no desenvolvimento da inteligência de jogo de nossos alunos.
Se um aluno com um grande balde possui um grande potencial genético/hereditário, esse potencial pode ser duramente influenciado pela falta de direcionamento no ensino.
Paralelamente, mesmo não tendo um balde tão grande, outro aluno nosso, através do direcionamento pautado em metodologias que desenvolvam sua capacidade de resolver problemas (inteligência) conseguirá agregar um conteúdo capaz de equipará-lo àquele com grande balde e pouco conteúdo de qualidade dentro dele.
Isso significa que ao invés da busca incessante de alunos com grandes baldes, devemos nos preocupar com um preenchimento qualitativo desse balde, pois assim capacitaremos os baldes não tão grandes e potencializaremos toda a capacidade daqueles com baldes maiores. No fim, teremos um leque de alunos com boa capacidade de jogo, inteligência e possibilidade de jogar bem o futsal.
Referências
http://enioferreira-futsal.blogspot.com/2011/11/talento-formar-ou-detectar.html
Formar ou detectar talentos ?
Nenhum comentário:
Postar um comentário